quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A PRINCIPAL DOR DE CABEÇA DOS TÉCNICOS EM PLACA MÃE E USUÁRIOS DE PC !!!

Capacitor eletrolítico



Existe uma regra geral de que, quanto mais baixa for temperatura de funcionamento, mais tempo os componentes dos PCs tendem a durar. De uma forma geral, um PC em que a temperatura dentro do gabinete fique em torno dos 35°C tente a apresentar menos defeitos e problemas de instabilidade e durar mais do que um onde a temperatura fique em torno dos 45°C, por exemplo.
Naturalmente, existem exceções, já que no mundo real entram em cena os imprevistos do dia-a-dia e até mesmo falhas na produção dos componentes que abreviem sua vida útil. Mas, se você fizer um teste de maior escala, monitorando o funcionamento de 100 PCs de configuração similar ao longo de 5 anos, por exemplo, vai ver que uma diferença de 10 graus na temperatura influencia de forma significativa a vida útil.

O principal motivo disso são os capacitores eletrolíticos, que são usados em profusão na placa-mãe, na placa de vídeo e em diversos outros componentes.
Os capacitores permitem armazenar pequenas quantidades de energia, absorvendo variações na corrente e entregando um fluxo estável para os componentes ligados a ele. Você pode imaginar que eles atuam como pequenas represas, armazenando o excesso de água na época das chuvas e entregando a água armazenada durante as secas.

Imagine uma situação em que o processador está em um estado de baixo consumo de energia e subitamente "acorda", passando a operar na freqüência máxima. Temos então um aumento imediato e brutal no consumo, que demora algumas frações de segundo para ser compensado. Durante esse período, são os capacitores que fornecem a maior parte da energia, utilizando a carga armazenada.

Tanto o processador principal quanto a GPU da placa de vídeo e controladores responsáveis por barramentos diversos (PCI Express, AGP, PCI, etc.) são especialmente suscetíveis a variações de tensão, que podem causar travamentos e até mesmo danos. Basicamente, é graças aos capacitores que um PC pode funcionar de forma estável. 

Existem diversos tipos de capacitores. Os mais usados em placas-mãe e outros componentes são os capacitores eletrolíticos. Eles possuem uma boa capacidade e são muito baratos de se produzir, daí a sua enorme popularidade. O problema é que eles possuem uma vida útil relativamente curta, estimada em um período de 1 a 5 anos de uso contínuo, variando de acordo com a qualidade de produção e condições de uso. 
Entre os fatores "ambientais", o que mais pesa na conta é, justamente, a temperatura de funcionamento. Uma redução de 10 graus na temperatura interna do gabinete pode resultar num aumento de até 100% no tempo de vida útil dos capacitores, daí a recomendação de caprichar na ventilação e, caso necessário, instalar exaustores adicionais.
Durante a década de 1990 existiram muitos casos de placas-mãe com capacitores de baixa qualidade (sobretudo em placas da PC-Chips, ECS, Soyo e da Abit), que falhavam depois de apenas um ou dois anos de uso. Recentemente, as coisas melhoraram, com os fabricantes percebendo que usar capacitores de baixa qualidade acaba causando mais prejuízo do que ganho. Infelizmente, como temos uma grande predominância de equipamentos de baixa qualidade aqui no Brasil, ainda é preciso ter cuidado.  
Com o passar do tempo, os capacitores eletrolíticos perdem progressivamente a sua capacitância, deixando os componentes desprotegidos. O capacitor passa então a atuar como um condutor qualquer, perdendo sua função. Sem a proteção proporcionada por ele, os circuitos passam a receber diretamente as variações, o que, além de abreviar sua vida útil, torna o sistema como um todo mais e mais instável.
Como o processo é muito gradual, você começa notando travamentos esporádicos nos momentos de atividade mais intensa, que passam a ser mais e mais freqüentes, até chegar ao ponto em que você acaba sendo obrigado a trocar de placa-mãe, pois o micro simplesmente não consegue mais nem concluir o boot.
Nesses casos, o defeito raramente é permanente, de forma que ao substituir os capacitores defeituosos, a placa volta a funcionar normalmente. É aí que entram os técnicos e as empresas que fazem manutenção de placas-mãe, substituindo capacitores e outros componentes defeituosos.
Internamente, um capacitor eletrolítico é composto por duas folhas de alumínio, separadas por uma camada de óxido de alumínio, enroladas e embebidas em um eletrólito líquido (composto predominantemente de ácido bórico, ou borato de sódio), que acaba evaporando em pequenas quantidades durante o uso. Como o capacitor é hermeticamente selado, isto com o tempo gera uma pressão interna que faz com que ele fique estufado. Esse é o sinal visível de que o capacitor está no final de sua vida útil. Em alguns casos, o eletrólito pode vazar, corroendo as trilhas e outros componentes próximos e assim causando uma falha prematura do equipamento.
Ao contrário de chips BGA e outros componentes que usam solda de superfície, os contatos dos capacitores são soldados na parte inferior da placa. Embora trabalhoso, é possível substituir capacitores estufados ou em curto usando um simples ferro de solda, permitindo consertar, ou estender a vida útil da placa.
Atualmente, cada vez mais fabricantes estão passando a oferecer placas com capacitores de estado sólido (chamados de Conductive Polymer Aluminum), onde a folha de alumínio banhada no líquido eletrolítico é substituída por uma folha de material plástico (um polímero) contendo um eletrolítico sólido de alumínio. Por não conterem nenhum tipo de líquido corrosivo, estes capacitores não são susceptíveis aos problemas de durabilidade que caracterizam os capacitores eletrolíticos.
Embora mais duráveis, os capacitores de estado sólido são mais caros que os capacitores eletrolíticos. Como o uso deles aumenta em até US$ 10 o custo de produção da placa (o que acaba causando um aumento de até 20% no preço final), eles são oferecidos apenas em placas "premium", desenvolvidas para o público entusiasta. Com o passar do tempo, entretanto, o uso tende a se tornar mais comum.
Os capacitores de estado sólido podem ser diferenciados dos eletrolíticos facilmente, pois são mais compactos e possuem um encapsulamento inteiriço.

jjsound45@hotmail.com

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