segunda-feira, 2 de abril de 2012

TRANSMISSOR AM CURTO ALCANÇE

ransmissor AM de curto alcance (ART621)
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Escrito por Newton C. Braga   
Este simples projeto é bastante atual e como usa poucos componentes de baixo custo, indicado aos estudantes, iniciantes e hobistas que desejam montagens simples. Trata-se de circuito ideal para ser utilizado em cursos de iniciação tecnológica, pelos resultados imediatos que oferece. É uma montagem bastante atraente para ser aproveitada em demonstrações e feiras de ciências.
Descrevemos neste artigo um pequeno transmissor de rádio (AM) que pode enviar seus sinais a um receptor colocado a alguns metros de distância podendo ser usado como microfone volante, para ouvir a conversa através de paredes ou ainda para demonstração de seu princípio de funcionamento. Seus sinais podem ser recebidos em qualquer rádio AM de ondas médias ou curtas comum.
Transmissores de sinais de rádio são montagens muito interessantes tanto pelo que podemos aprender como pelos seus efeitos. O transmissor que descrevemos nesse artigo é um exemplo disso.
Trata-se de um, simples transmissor de AM (amplitude modulada) com apenas um transistor, o qual pode enviar seus sinais para um rádio comum próximo sintonizado numa freqüência livre (entre estações).
O alcance depende da sensibilidade do receptor podendo chegar a mais de 5 metros. No entanto, o maior atrativo é que os sinais podem atravessar paredes, o que significa que o receptor pode ser usado em espionagem, conforme mostra a figura 1.

Sinais do transmissor atravessam paredes.
Sinais do transmissor atravessam paredes.


Evidentemente, a sensibilidade não é das maiores, dada a não existência de etapas amplificadoras de áudio. A capacidade de captar as conversas vai depender muito do microfone usado.

Como Funciona
O circuito consiste num oscilador Hartley onde a bobina L1 e CV determinam a freqüência de operação. Podemos enrolar a bobina de modo que o transmissor opere tanto na faixa de ondas médias como de ondas curtas.
Na faixa de ondas curtas, o alcance será maior, podendo chegar a algumas dezenas de metros e até mais se uma antena for usada. Essa antena será ligada ao coletor de Q1.
No oscilador Hartley a realimentação que mantém as oscilações é dada por R1 e C1. O microfone para modular os sinais é ligado diretamente à base do transistor.
Usamos um microfone cerâmico de alta impedância, já que outros tipos não servem para essa configuração.
O circuito pode ser alimentado por 4 ou mesmo 6 pilhas pequenas ou médias. Não recomendamos o uso de bateria de 9 V, pois sendo o consumo do transmissor algo elevado, ela se esgotaria rapidamente.
Também pode ser usada uma pequena fonte de alimentação, como a mostrado na figura 2, caso o aparelho seja de uso fixo.

Pequena fonte de alimentação para o circuito.
Pequena fonte de alimentação para o circuito.

Montagem
Na figura 3 temos o diagrama completo do transmissor.

Diagrama completo do transmissor.
Diagrama completo do transmissor.

A montagem pode ser realizada numa ponte de terminais, se o leitor for inexperiente ou deseja uma configuração mais simples. A disposição dos componentes na ponte de terminais é mostrada na figura 4.

Sugestão de montagem na ponte de terminais.
Sugestão de montagem na ponte de terminais.

É claro que o leitor tiver a possibilidade de elaborar placas de circuito impresso pode obter uma montagem muito melhor, guiando-se pela figura 5.

Sugestão de montagem em placa de circuito impresso.
Sugestão de montagem em placa de circuito impresso.

A bobina L1 é enrolada num bastão de ferrite de 6 a 15 cm de comprimento com diâmetro entre 0,8 e 1,2 cm. O fio usado pode ser o 26, 28 ou 30 AWG e o número de espiras vai depender da faixa de freqüências de operação, conforme a seguinte tabela:

Faixa de Freqüências
Espiras
550 - 1600 kHz 80 + 80
1,6 a 3 MHz 40 + 40
3 a 7 MHz 20 + 20
7 a 12 MHz 15 + 15
12 a 20 MHz 10 + 10


O transistor deve ser dotado de um pequeno radiador de calor se o circuito for alimentado por 9 V. Uma possibilidade para antena ligada ao coletor do transistor é um fio rígido ou antena telescópica até 80 cm.
Podem ser usados tipos NPN de média potência como os BD135, BD137 ou BD139, sem problemas.
Os capacitores devem ser cerâmicos. CV é um capacitor variável comum aproveitado de um velho rádio AM fora de uso. Cuidado se o capacitor for de rádio AM/FM, pois a seção de FM de menor capacitância, se ligada ao circuito não proporciona uma boa faixa de cobertura.

Prova e Uso
Ligue nas proximidades do transmissor um rádio AM sintonizada na faixa de freqüências escolhida para a bobina. O receptor deve estar entre estações (freqüência livre) e a médio volume.
Ligue o transmissor, fechando S1 e ao mesmo tempo em que bate levemente no transmissor, ajuste o capacitor CV até captar o sinal mais forte.
Veja que o sinal pode ser captado em mais de um ponto do ajuste, deve ser escolhido o ponto de maior intensidade que corresponde ao sinal fundamental.
Comprovado o funcionamento, fale no microfone e afaste-se com o transmissor para verificar seu alcance. Quando usar o transmissor procure não balançá-lo para não tornar a transmissão instável.
Evite também operar o transmissor em locais que tenha muita interferência de aparelhos elétricos como motores, lâmpadas fluorescentes, perto de computadores, etc.

Q1 - BD135, BD137 ou BD139 - transistor NPN de média potência
MIC - Microfone cerâmico
S1 - Interruptor simples
L1 - Bobina - ver texto
B1 - 6 ou 9 V - 4 ou 6 pilhas pequenas ou médias - também pode ser usada fonte de alimentação - ver texto
CV - capacitor variável de rádio AM - ver texto
R1 - 10 k Ω x 1/8 W - resistor - marrom, preto, laranja
R2 - 10 Ω x 1/8 W - resistor - marrom, preto, preto
C1 - 10 nF - capacitor cerâmico
C2 - 100 nF - capacitor cerâmico
A - antena - opcional

Diversos:
Ponte de terminais ou placa de circuito impresso, caixa para montagem, suporte de pilhas, bastão de ferrite, fio esmaltado (ver texto), fios, solda, etc.
 

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